Custo de UTI para Covid sobe 187% e planos “ameaçam”aumentar mensalidade

  • 25 de janeiro de 2022

    Segundo pesquisa da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), o custo de internação em UTI devido a pandemia do coronavírus aumentou consideravelmente e quase triplicou (187% desde o início da pandemia). Esse aumento tende a encarecer os custos neste ano que se inicia.

    O aumento do custo de internação é decorrente de vários fatores: média de dias de internação em UTI por pacientes infectados e com comorbidades, custos logísticos, evolução no tratamento do paciente internado com a utilização de novos protocolos, aumento na utilização de medicamentos, procedimentos e tempo de diálise, aumento do dólar, incertezas na economia brasileira, por exemplo. Para se ter uma idéia clara desse aumento, um paciente infectado que precisou ser internado em UTI em março do ano passado custou R$ 34.200 em média. Agora um paciente internado em UTI custa cerca de R$ 97.300.

    Com o avanço da vacinação, temos acompanhado que o custo de internação diretamente relacionada à Covid vem diminuindo. Porém, observamos um aumento significativo no custo com o tratamento de patologias relacionadas e agravadas em muitos pacientes que apresentam sequelas pós contaminação pela Covid (problemas cardíacos, respiratórios, renais, entre outras) e também na demanda de utilização dos planos de saúde para procedimentos eletivos (procedimentos que não são considerados de urgência ou emergência).

    Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o índice de “sinistralidade” —quando o paciente recorre ao plano— já supera o período pré-pandemia: ela foi de 79% em 2019, caiu para 76% em 2020 e agora é de 85%. Aliado a esse fato, temos percebido que os custos das operadoras/seguradoras de saúde vêm aumentando significativamente e de alguma forma são repassados aos seus clientes. 

    No caso dos planos oferecidos pelas empresas como benefício aos seus colaboradores, esse aumento impacta significativamente no custo das empresas, que muitas vezes optam simplesmente em efetuar um “downgrade” no plano de saúde e serve como um paliativo para se reduzir o custo originado pela utilização do benefício. 

    Dessa forma, enfatizamos que um trabalho de auditoria de contas médicas eficaz é primordial para avaliar se o que é contabilizado como sinistralidade e que posteriormente é cobrado ou utilizado para se pleitear um aumento no período de renovação da apólice é condizente com a utilização ou não. Depois do estabelecimento de um trabalho de auditoria, é necessário ajustar os processos e estabelecer controles para manter os custos em níveis aceitáveis sem prejudicar a qualidade do atendimento ofertado pelos planos de saúde. #empresas#trabalho#covid#economia#medingestao#planosdesaúde